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Polícia CAMPO GRANDE

Delegadas da Deam são removidas após repercussão do feminicídio da jornalista Vanessa Ricarte

Horas antes do feminicídio, Vanessa havia registrado um boletim de ocorrência

27/03/2025 14h22 Atualizada há 4 meses
Por: Tribuna MS Fonte: Redação
Jornalista Vanessa, vítima de feminicídio em Campo Grande (Arquivo Pessoal)
Jornalista Vanessa, vítima de feminicídio em Campo Grande (Arquivo Pessoal)

Após a grande repercussão do caso de feminicídio da jornalista Vanessa Ricarte, de 42 anos, três delegadas da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) foram removidas de seus cargos nesta quinta-feira (27). Entre elas, estão duas delegadas envolvidas diretamente no atendimento à vítima e a titular da delegacia.

Delegada Elaine Benicasa (Foto: Divulgação)

A decisão ocorre 45 dias após a morte de Vanessa e apenas sete dias depois da Corregedoria da Polícia Civil concluir que não houve erro por parte das delegadas no atendimento prestado à jornalista.

A delegada Riccelly Maria Albuquerque, responsável pelo registro do boletim de ocorrência, foi removida 'ex-officio', no interesse da Administração, e retornará à Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário), onde atuava anteriormente.

Lucélia Constantino, que atendeu Vanessa durante o pedido de medida protetiva, solicitou remoção e também irá para a Depac. Já a delegada Elaine Benicasa, que ocupava a titularidade da Deam, também pediu remoção e foi designada para a DGPC (Delegacia-Geral da Polícia Civil).

Para substituir as delegadas removidas, Laís Mendonça Alves foi designada 'ex-officio' da Depac para a Deam. Também foi designada para a especializada a delegada Cynthia Karoline Bezerra Gomes. Ainda não foi confirmado se Laís assumirá a titularidade da delegacia.

O feminicídio de Vanessa Ricarte

Vanessa Ricarte era jornalista e servidora pública no MPT-MS (Ministério Público do Trabalho de Mato Grosso do Sul). No dia do crime, a vítima foi esfaqueada três vezes na região do tórax por seu ex-companheiro, Caio, e encaminhada em estado gravíssimo para a Santa Casa, onde veio a óbito.

Horas antes do feminicídio, Vanessa havia registrado um boletim de ocorrência por agressão e solicitado medida protetiva contra o agressor na Deam. No entanto, a intimação não foi entregue a tempo. Durante a tarde, acompanhada de um amigo, ela retornou à sua residência para buscar seus pertences, momento em que foi surpreendida pelo ex-companheiro e brutalmente atacada.

O caso gerou ampla repercussão e protestos, principalmente após virem à tona áudios gravados por Vanessa horas antes de sua morte, nos quais ela relata descaso e falhas no atendimento recebido na Casa da Mulher Brasileira.