Esta semana foi a vez da comunidade indígena entrar em quadra nos Jogos Escolares da Juventude de Mato Grosso do Sul, etapa de 12 a 14 anos, em Campo Grande. No futsal masculino, a Escola Municipal Polo indígena Mbo´e Roy (casa de ensino), de Amambai, jogou contra a Escola Municipal Maria da Rosa Antunes da Silveira Câmara, de Dourados.
Já no feminino, o time da Escola indígena, da Aldeia Amambai, enfrentou o time de Três Lagoas eganhou pelo placar de 12 a 1.
Os Jogos Escolares têm sido um espaço de diversidade e representação de diversos povos sul-mato-grossenses.O evento é promovido pelo Governo de Mato Grosso do Sul, por intermédio da Setesc (Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura) e Fundesporte (Fundação de Desporto e Lazer).
Este é um momento histórico para o esporte sul-mato-grossense, com recorde de participação.
A aldeia Amambai-Guapoy conta com 8.036 indígenas. A delegação de Amambai teve a participação de 39 atletas no primeiro bloco, neste bloco são 20 atletas nos Jogos Escolares.
Segundo o técnico da equipe masculina, Ismael Morel, indígena Guarani-Kaiowá da aldeia Amambai, o time possui uma vantagem em cima dos adversários.
"Nós temos uma grande diferença que é falar na nossa língua materna, que é o Guarani-Kaiowá. Então a gente fala o Guarani, a gente usa isso como estratégia para armar a jogada e os não indígenas não entendem. Para nós é uma grande vantagem na hora do jogo. Muitas pessoas não acreditam no potencial que o indígena tem, nós estamos aqui para demonstrar que nós também podemos e nós vamos chegar até a final", destaca o professor.
Miller Borvão Samorio, que lidera a equipe feminina, ressalta a importância de ser uma experiência única de vida para diversos atletas.
"É uma experiência única para os atletas, que saem da aldeia que é outra realidade. E a estrutura da Fundesporte, que é sem comparação, né? Aqui é nível nacional. Eu que já participei da competição nacional, o estadual é igual. E para as crianças, melhor ainda", enfatiza o técnico.
Os atletas da comunidade indígena Amambai têm sido também destaque no atletismo. Arielly Vargas Gomes, de 13 anos, indígena Guarani-Kaiowá, recebeu medalha de prata duas vezes, na prova de 150 metros rasos e no salto em distância.
"É a terceira vez que eu participo dos Jogos Escolares. Eu estou achando muito divertido representar a aldeia, representar a nossa cultura que é tão forte", ressalta a atleta.
No atletismo masculino Amambai, ficou com a terceira colocação. Jenlielson Carmona Martins, 14 anos, também da escola Municipal Polo indígena Mbo´e Roy conquistou a medalha de ouro no lançamento do dardo
"A sensação foi inacreditável, nem eu mesmo acreditei que ganhei em primeiro lugar. Agora vou para o Brasileiro, lá em Recife, eu fui classificado para o nacional e quero bater meu recorde lá". O atleta conta que em 2023 não conseguiu chegar nos 40 metros, mas desta vez marcou 44,30 e agora pretende ultrapassar o próprio recorde.
Destaques
Além dos Jogos, os atletas puderam também fazer passeios no Bioparque Pantanal, maior aquário de água doce do mundo. Acesse mais informações sobre os Jogos Escolares da Juventude de Mato Grosso do Sul nos boletins.
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Bel Manvailer, Comunicação Setesc
Fotos: Daniel Reino
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